PRIMITIVO
O ser humano e a sua intensa relação com o mobiliário, seguindo a vontade global de readequação do
consumo como memória afetiva e enaltecendo o valor intrínseco em cada peça, foram o norte da
inspiração. Neste contexto, elas acionam materiais simples pinçados do brutalismo, como granilite, pedra e
cimento. "Olhei intensamente para o ser humano e para a sua relação com o mobiliário, que funciona
quase como um abrigo", explica Anastassiadis. As formas mais orgânicas serpenteiam um maior equilíbrio
e proporção nas curvas. Em contraponto com a alta tecnologia que domina a vida cotidiana, essa linha
propõe uma imersão no ancestral, inaugural, vernacular e essencial por meio da retomada e valorização
dos processos artesanais.
CAMPANHA
Bebendo na fonte do transculturalismo e multiculturalismo e da necessidade de porosidade entre os povos
e as fronteiras, essas peças leves e de encaixe vendem a sensação de que podem ser desmontadas e
levadas, mas sem fragilidade, manifestadas em materiais resistentes como couro e madeira. O nomadismo
tempera as composições que refletem e festejam a diversidade de escolhas e a liberdade de movimento,
permitindo composições autorais a partir de arquétipos clássicos. "Queremos transmitir a sensação de
permeabilidade, liberdade, movimento. As peças apresentam traços versáteis – são componíveis, trazem
encaixes e misturam técnicas de diferentes origens culturais", explica Anastassiadis.
SPACE
Entusiasta das inúmeras nuances construtivas, dos princípios cartesianos de Arquimedes às esquinas de
concreto armado de Niemeyer, Patricia Anastassiadis sabe que o design, por definição e excelência, nada
mais é do que a arquitetura na escala do móvel. Neste matiz da nova coleção, apostou na dualidade entre o
vazio e o preenchido numa ode ao Minimalismo oriental. Em termos práticos, a forma vem percebida não
pelo espaço que preenche, mas pelo vazio que a contorna – ou seja, está além da percepção física, jogando
com a liberdade da mente e a calma do silêncio. Peças surgem em tonalidades claras e composições
modulares. "O vazio é tão importante quanto o preenchido. Imprimimos essa sensação por meio de
recortes pontuais e hiatos arquitetônicos que flertam com sombras, luzes e movimentos", sentencia.
FIBER LAB
Aqui a relação direta com a bra, que se conecta como o grande cordão umbilical da gênese da Artefacto. Com acabamento assumidamente artesanal, as peças transitam entre o living e o terraço, protagonizando um lifestyle indoor ou outdoor. Materiais como palha de buriti, aço e couro se encontram em amarrações bem transadas. "A fibra vem trabalhada de forma extraordinária no ateliê da Artefacto, sendo adequada tanto para uso interno quanto externo – as peças desse mood podem, assim, migrar entre espaços e transitar pela casa", contextualiza Patricia.